Dirceu e Little Boy

Little_boyNietzsche estava certo.

Esta semana completam-se 70 anos do ataque a Hiroshima e Nagasaki. Resultado do Manhattan Project, entre 130 e 240 mil pessoas morreram, a maioria delas civil.

Esta semana também a Operação Lava Jato completou 500 dias, estimando que mais de 2,1 bilhões de reais foram desviados da Petrobrás. Em sua décima sétima fase, quase 900 milhões já foram recuperados, cifra longe do montante total, uma vez que se supõe que o rombo possa ter sido muito maior do que o valor aventado inicialmente.

Alguns historiadores dizem que a guerra na prática já havia acabado, mas que mesmo assim decidiram bombardear o Japão como demonstração de força, principalmente ante à antiga União Soviética, além de colocar um ponto final no conflito de uma vez por todas.

Dizem também as más línguas (ah, sempre elas…) que o bolso de Dirceu já estava cheio, mas que mesmo assim decidiu enchê-lo ainda mais às custas da máquina estatal.

Como se não bastasse “Little Boy” em Hiroshima, “Fat Man” fora lançada em Nagasaki, três dias depois da primeira bomba, ocasionando o extermínio adicional de mais de 40 mil japoneses.

Como se não bastasse o “mensalão”, Dirceu envolveu-se também no “petrolão”, gerando sua segunda prisão por corrupção (terceira na vida) e uma enxurrada de piadas: cartão fidelidade na Polícia Federal, gol no fantástico, e assim por diante.

Por fim, fugindo de Hiroshima mas ainda no tema de sequelas de guerras, inevitavelmente vem à mente a imagem da “garota Napalm”, vítima de outro grande conflito no qual se envolveram os Estados Unidos, este deflagrado entre outros motivos por razões estratégicas ligadas à hegemonia mundial. Hoje a mulher Phan Thi Kim Phuc, a outrora garota Napalm, comanda uma fundação de ajuda a crianças vítimas de guerras.

Falando sobre desvios de dinheiro e corrupção, não tão conhecida, lembramos também de Meirinha, garota fotografada em 1991 em Fortaleza, vítima de desnutrição grave em um país que está entre os 20 maiores compradores de Ferraris no mundo, mas que há poucos anos atrás tinha também mais de 60 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza. Hoje Meirinha está bem e cuida de seus cinco filhos, após ter recuperado seu peso normal, pouco tempo depois da reportagem feita na época.

Comparações radicais, histéricas, exageradas, impróprias, diria o mais incauto (ou mais atento?).

Concordo.

Mas não podemos refutar o grande filósofo; Nietzsche estava certo. O homem é um animal com fome por poder.